No mercado de trabalho, estima-se que mais de 10 milhões de pessoas perderam o emprego na pandemia, mas pouco se discute sobre as perdas no campo da Educação. É possível estimar quanto os estudantes deixaram de aprender neste período de pandemia? 

Em 2020, os estudantes que concluíram a 2ª série do Ensino Médio tiveram resultados de proficiência entre 9 e 10 pontos abaixo do que iriam alcançar caso não tivessem tido a necessidade de transitar do ensino presencial para o remoto. Em 2021, ainda é possível que as perdas alcancem níveis quase duas vezes mais elevados. Isso é o que mostra a pesquisa “Perda de aprendizagem na pandemia”, realizada pelo Insper e pelo Instituto Unibanco. 

Mas afinal, o que esses dados representam?

No Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), calcula-se que um aluno do Ensino Médio aprende 20 pontos em língua portuguesa. Portanto, perder 10 pontos significa reduzir o aprendizado pela metade e perder 20 pontos representa perder tudo o que aprenderia nesta etapa de ensino. 

Em valores monetários, a perda também é bastante significativa: 10 pontos de perda de proficiência representam cerca de R$ 21 mil de perda de remuneração por jovem.

E mais: caso essa perda calculada para alunos do Ensino Médio também seja válida para alunos do Ensino Fundamental, a perda total em remuneração do trabalho supera R$ 700 bilhões, considerando o total de 35 milhões de estudantes matriculados na Educação Básica.

Há caminhos possíveis, mas a resposta precisa ser rápida

Apesar dos desafios, a pesquisa indica que é possível iniciar a reversão dessas perdas potenciais. Para isso, propõe-se

  • a adoção de ações para aumentar o engajamento dos estudantes no ensino híbrido, melhorando sua eficácia;
  • a implantação de políticas públicas para reduzir o número de alunos que desistem dos estudos; 
  • o retorno seguro ao ensino presencial com as devidas medidas sanitárias necessárias;
  • a intensificação de ações para recuperar e acelerar o aprendizado.

Muitas dessas estratégias propostas como alternativas para esse preocupante cenário podem ser implantadas de forma coletiva entre as redes e sistemas de ensino. É possível estabelecer um planejamento conjunto entre escolas, municípios e com o estado para que esses desafios comuns possam ser superados de forma mais ágil e com maiores investimentos. 

 

Instituto Positivo

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