Publicado originalmente no Diário Comércio Indústria e Serviços (DCI), no dia 17/07/2017
Por: Maíra Weber, educadora e coordenadora de Conhecimento do Instituto Positivo.
Constituída de fato, seja dentro da sala de aula ou de um território, sempre trará ganhos
Existem várias maneiras de haver colaboração quando pensamos na Educação. Em sala de aula, os professores podem centrar suas práticas em metodologias que instiguem a participação dos alunos no processo de ensino, chamadas por alguns teóricos de Aprendizagem Colaborativa.
Nessas propostas, os estudantes realizam atividades em grupo, interagem e fazem reflexões para, juntos, construir conhecimentos. A troca de experiências reúne o que cada um tem de melhor.
Mas a colaboração, princípio federativo previsto na constituição brasileira, também pode ser uma estratégia educacional que norteia as ações de gestão de secretários de Educação e de suas equipes. O trabalho em colaboração pode ser uma alternativa extremamente importante para auxiliar questões administrativas vividas por todos os gestores do sistema de ensino.
Entre elas, gerir com mais eficiência os recursos que um município tem disponível para a escolha do transporte escolar, da merenda, do material didático, do método de aprendizagem do aluno e de formações continuadas para os professores.
Assim, quando a colaboração é estruturada, segundo o chamado Regime de Colaboração, traz como principal característica a intenção de unir gestores educacionais para – juntos – cooperarem em ações que visam a melhoria do ensino.
Uma das maneiras de se efetivar o Regime de Colaboração é por meio dos Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADEs).
A proposta dos ADEs foi homologada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) na divulgação do Plano Nacional de Educação, em 2014, favorecendo o trabalho em rede “de forma que municípios com proximidade geográfica e características sociais semelhantes troquem experiências e solucionem em conjunto dificuldades na área da Educação”.
Existem alguns modelos bastante estruturados de arranjos operantes no Brasil, como o Granfpolis (Associação de Municípios da Grande Florianópolis), estabelecido em 2015 por meio de uma parceria entre a Associação dos Municípios da Grande Florianópolis e o Instituto Positivo, que tem obtido resultados bastante satisfatórios a partir da realização de metas e planos traçados por seus dirigentes educacionais.
Nas últimas eleições, por exemplo, muitos prefeitos e secretários de Educação decidiram manter os compromissos previamente acordados por seus antecessores com o ADE.
Com isso, todos os 22 municípios seguem engajados, independentemente das diferentes ideologias político partidárias, focados na viabilização de iniciativas conjuntas que possibilitem a melhoria do ensino ofertado aos alunos da rede pública de ensino.
As atitudes colaborativas sempre serão muito importantes dentro da área educacional.
Mas a colaboração organizada, constituída de fato, seja dentro da sala de aula ou de um território, sempre trará ganhos. Especialmente para os alunos.